LANDRA
Sobre ti terra leve
Performance

Nos epitáfios romanos lia-se muitas vezes "sit tibi terra levis". No entanto, a terra sobre um corpo morto deveria ser rica e densa, em vez de fina e leve. Desenterramos hoje ruínas a menos de um palmo de terra, de culturas imperiais que nos deixaram um legado de pó. Como transformar um futuro de escombros em terra fértil?

BRUNO HUMBERTO
Círculo do Começo
Rotina corporal - aquecimento

O encontro pela terra começa num círculo, na margem da aldeia. Um aquecimento para chegar, abrandar e entrar. Com exercícios para se ativarem as articulações, a respiração e a voz, focados num trabalho sobre o centro do corpo, para se fortalecer o veículo da presença e o estar na paisagem.

Depois das Pedras
Caminhada-performance

O silêncio da casa dos Marrocos é interrompido pelo trabalho das andorinhas - que vão ao Pônsul buscar água para juntar ao cuspo e recuperarem os ninhos, uma vez mais. Um grupo de pessoas atravessa a aldeia de um lado ao outro. Diz-se que um dia precisaram de tanta gente, que vieram até lá de Monsanto, para crivar, cavar, revelar as ruínas e procurar as moedas. Transladaram os corpos. Agora, o ouro são as pessoas que permanecem com resgatada alegria, muito além dos senhores das terras e depois das pedras.

GUARDA RIOS
O regresso do Castor
Caminhada/Instalações/Performance/Filme

A comunidade de Idanha-a-Velha partilhou connosco a sua ideia de criar uma barreira no rio Ponsul, para reter alguma água no Verão, sendo que o período de seca tem sido cada vez mais longo com o passar dos anos.

Dadas estas questões, convidámos o Castor a falar com as pessoas da aldeia e a imaginar futuras engenharias naturais, que poderão permitir o abrandamento da água e a retenção de humidade no solo em Idanha.

Mas o Castor deixa o aviso, nada será feito se não se cuidar coletivamente do rio de hoje.

ANAFAIA SUPICO
Plantas Tintureiras
Atelier/Oficina

Durante o mês de abril, em Idanha-a-Velha, toma forma uma oficina de tratamento e transformação de plantas no centro da aldeia. Parte-se do pretexto das técnicas de tinturaria e das impressões têxteis com plantas, praticadas por Anafaia Supico há anos, para abrir um espaço de encontro diário — um lugar onde se experimentam práticas ligadas à botânica e aos usos das plantas nos quotidianos (alimentação, medicina, decorativo), mas também nas práticas sociais (história, ciências, tecnologias).

IDANHA-À-VIDA
Oficina de Regeneração Colectiva
Flávio Sambento

No âmbito do programa ecológico do Idanha-à-Vida, convidamo-vos a cuidar da terra em conjunto. Iremos partilhar o caminho que tem vindo a ser trilhado - entre transições de eucaliptal para florestas e escuta das zonas naturais - e agir com as mãos no solo, no controlo da Acacia dealbata. Regeneramos ao criar condições para o retorno do que foi silenciado.

CANDELA VARAS
Um Shinrin-Yoku de versos curtos
Passeio

Passeio inspirado nos banhos de floresta entre os olivais milenares de Idanha-a-Velha.

Uma poética das Lendas
Leitura colectiva

E quando perdemos o compasso ou a sincronia com as coisas? É dessas derivas que falam as lendas da Beira Baixa, que expandiremos juntas à volta do fogo.

BUREL
Baile de Primavera
Baile e workshop

Nestes tempos, o sentimento que mais emerge é o entusiasmo. Entusiasmo por podermos partilhar as nossas vivências através da música, de contribuir a criar comunidade através da dança, do baile. De proporcionar encontros animados e risos envergonhados fruto das trocas de pés, pares e passos. Mas, acima de tudo, a alegria da partilha.

IRMÃOS MAKOSSA

Fotos de Vieira Guillaume © Pela Terra.